Comunicado Novembro, 2021

Análise dos mercados nacional e internacional referente ao mês de outubro!


CENÁRIO MACROENCÔMICO


Por Santander Asset Management – Gestor de renda fixa da FPI

O mês de outubro foi marcado por uma mudança significativa na percepção sobre a condução da política fiscal brasileira. Foram dados passos claros na direção de alterar a regra do Teto de Gastos, o que levaria a despesas acima do inicialmente esperado e fragilizaria a principal âncora fiscal do país, justamente o Teto de Gastos. Desta forma, o mês foi caracterizado por aumento de volatilidade e os ativos exibiram performance fortemente negativa. Em linha com a piora fiscal e a persistência de pressões inflacionárias, o Banco Central optou por uma alta de 1,50% na taxa Selic.

Pelo lado internacional, revisamos para baixo as projeções de crescimento global, para cerca de 6,0% em 2021 e de 4,0% em 2022, porém continuamos com visão positiva, sustentada pela reabertura econômica e os avanços nos processos de imunização. Pelo lado inflacionário, os desafios nas cadeias produtivas seguem a pressionar os preços de energia de modo que a inflação continuará elevada no futuro próximo. Nesse sentido, os Bancos Centrais caminham para um processo de retirada gradual de estímulos.

Localmente, também fizemos alterações no nosso cenário. Para 2022 particularmente, revisamos a projeção de PIB de 1,2% para 0,5%, e continuamos enxergando risco relevante de nova revisão baixista. Para o IPCA fechado de 2022, subimos a projeção de 4,3% para 5,0%, e nesse caso existe uma assimetria para cima. Em linha, elevamos a projeção de Selic para 9,25% no final de 2021 e para 11,25% no final de 2022. Nesse sentido, a deterioração do cenário local está associada à fragilização fiscal, que trouxe condições financeiras desfavoráveis e afetou as decisões de contratações de mão de obra e as decisões de investimento produtivo e consumo.

Nesse contexto, adotamos baixo nível de risco para a renda fixa e o câmbio, em função dos cenários locais e internacionais que se tornaram mais desafiadores na margem, dado as pressões inflacionárias e a perspectiva de uma iminente retirada de estímulos em economias centrais. Em contrapartida, adotamos visão otimista com o crédito privado e seguiremos monitorando a classe nos mercados primários e secundários com intuito de aumentar a exposição.


Por Vinci Asset Management – Gestor de renda variável da FPI

No mês de outubro a bolsa brasileira continuou seu movimento de queda na esteira da piora dos ruídos em torno da política fiscal brasileira e na persistência da inflação, muitos analistas começaram a esperar a extensão do ciclo de alta de juros.
Em função disso, vários analistas revisaram para baixo as projeções de crescimento para 2022, impactando as ações dos setores relacionados ao consumo.
Em função da forte que do preço dos ativos brasileiros, acreditamos que começaram a aparecer sinais de estabilização:

  1. O STF se pronunciou contra as emendas do relator do orçamento;
  2. Apesar do alto nível de ruído os projetos de infraestrutura seguem em ritmo forte. Nos últimos dias tivemos a nova licitação da rodovia RJ X SP (maior tráfego de veículos do país e mais de 15 bilhões de reais de investimentos) e o leilão de 5G. Estes projetos terão importante influência no crescimento econômico de 2022.
  3. Além disso, acreditamos que a inflação medida pelo IPCA tenha feito seu pico em outubro, de maneira que essa fonte de estresse no mercado deve arrefecer nos próximos meses.

A queda da bolsa nos últimos 4 meses foi muito grande, acreditamos que esses movimentos acontecem de tempos em tempos e, no nível atual de preço dos ativos, a bolsa apresenta um retorno esperado muito interessante (prêmio alto) para aqueles investidores com visão de horizonte de investimento de médio e longo prazo.