Família – FPI On #17

Como combater o Etarismo no ambiente familiar.

Nos últimos anos, temos convivido com um novo termo — o etarismo — que designa a discriminação baseada na idade. Embora se aplique na maior parte das vezes às relações de trabalho, com a perda de espaço dos mais velhos nas empresas, esse problema também acontece no núcleo familiar.

O etarismo está além do conhecido conflito de gerações; é comum que os mais velhos sejam escanteados ou tratados de forma inadequada. Para entender esse comportamento é preciso se debruçar sobre a excessiva valorização da juventude, criando uma linha divisória para definir quem pode e quem não pode mais contribuir para a sociedade, como se as pessoas tivessem um prazo de validade.

Na família, essa questão é especialmente mais dolorosa, porque envolve emoções, história, convivência. Ao contrário de outros fóruns, ficar velho infelizmente pode significar se tornar um incômodo para a família. É claro que isso não acontece de forma generalizada, mas é importante olhar com cuidado para este tema e não ignorar que este tipo de situação pode estar mais próximo do que imaginamos.

Com atitudes simples, é possível criar um ambiente familiar mais acolhedor e que não exclua os mais velhos nem os estigmatize:

  • Procure romper as barreiras entre as gerações, valorizando com o mesmo peso tanto a experiência dos mais velhos como a visão dos mais jovens.
  • Evite estereótipos, como definir certas atitudes como coisa de velho.
  • Valorize a troca de experiência entre os membros da família.
  • Estimule a autonomia, evitando a superproteção ou a desqualificação das atitudes por conta da idade.
  • Estimule o diálogo entre as gerações.
  • Evite piadas ou brincadeiras depreciativas sobre a idade.
  • Procure envolver familiares idosos, como avôs ou viúvos sem filhos ou netos nas atividades da família ao longo do ano para se evitar a solidão. Uma simples visita pode diminuir essa distância e gerar bem-estar, principalmente para idosos sem descendentes diretos.

Nem sempre é fácil enfrentar o etarismo. Cada família tem a sua história, seus conflitos e, muitas vezes, refletem o que acontece na sociedade. Mas vale a pena contribuir para que os mais velhos sejam respeitados e valorizados e não sejam descartados do convívio da família. O amor nunca deveria envelhecer.